"Sózinha no Mundo" - Por Isabel Fontes

A minha vida não tem sido um sonho,
Muito menos um conto de fadas.
Estou sempre à espera que um anjo caia do céu,
Para me sentir mais segura.

Neste momento não sinto paz,
Apenas dor e desespero.
Por mais que tente explicar,
Nunca irão compreender.

Digo-vos que estar de fora,
Não é bonito de se ver.
Nada está bem,
O pequeno homem nada faz.

Ainda gostava de saber como é,
Como será viver sem tecto?
Viver sem sonhos ou esperança,
Qualquer coisa menos segura?

Muitas vezes pedi ajuda ao grande pai,
Mas ele sempre me deixou a lutar só.
Nunca se questionou como me sentia,
Nunca deu a face para um beijo.



By Isabel Fontes

"Sinto alguém..." - Por Isabel Fontes

Roda...Roda...
Gira...Gira...
Tudo à minha volta.
Roda...Roda...
Sinto tudo a cambalear,
Tudo a cair.
Tenho tonturas, tento-me deitar.
Alguém me segura,
Alguém se tenta aproximar.
Sinto alguém,
Sinto a sua presença.
Tocam-me.
Tentam agarrar-me,
Abraçar...
Sinto-me estranha...
Não desgosto.
Mas...
Não sei...
Gosto.



By Isabel Fontes

"Horas" - Por Isabel Fontes

Como todos são um bando de estúpidos,
Nada os compreende,
Nem nada lhes diz.
Odeio-os!
Com todas as minhas forças.
Odeio-os!
Não passam de abortos,
Abortos mal feitos.
Abortos de nascença.
Que ridículo!
Falam,
Galanteiam,
Abordam,
Conquistam,
Mas não passam de abortos!

Ah! Ah! Ah!

Eu com o meu pouco ou quase nada de poder, conquisto-os.
É tão ultrajante!
Não existem lutas?Não existem guerras.
Limitam-se a fazer ou dizer o pensam que ordenam.
É ridículo!
Simplesmente?ridículo!

Que ridículo!

São todos uma cambada de abutres que esperam a hora de atacar.
Que esperam a hora de comer,
Que esperam a hora para se foderem?
Se é isso que querem?Atirem-se de cabeça?!
Lancem-se!
Não tenham medo, eu espero.
Eu espero pela vossa indecisão?Pela vossa angústia de crescer.
Pela vossa certeza.
Então!
Decidam-se!



By Isabel Fontes

"Onde Estou?" - Por Isabel Fontes

Na busca de uma realidade virtual,
Onde me possa deitar e descansar.
Não consigo deixar de pensar no meu coração,
Na minha mão aberta como um sinal.
O pensamento que vai na minha cabeça,
Não chega para afugentar os malditos medos.
A embriaguez de ontem,
Em nada me ajuda hoje.
O faz e não faz de conta,
Só faz mesmo de conta e nada mais.
Afinal por onde ando eu?
Onde está o meu pensamento?
Onde poderei encostar a cabeça?
Quero descansar...



By Isabel Fontes