Isabel Fontes

Prosa e algo mais...

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Localização: Amadora, Sintra, Portugal

Chamo-me Isabel Fontes, sou alfacinha de gema, mas vivo na Amadora desde o ano passado. Adoro escrever, é o meu escape para tudo o que existe de mal na vida e no mundo. Tenho 29 anos, sou Assistente Financeira\Direcção. Mas a minha área são as artes(Design). A vida dá voltas e voltas e quando dei por mim não estava a tirar artes mas sim a seguir o dinheiro. Acabei por tirar um curso de Contabilidade e Fiscalidade, entre outros. Apesar de tudo, adoro o que faço e isso, é o principal.

junho 25, 2004

Ser

O medo isola-me,
O medo preenche-me,
Não sei o que fazer,
Não sei o que dizer?
Digam-me?
Façam-me?
Eu quero!
Odeio ser alguém perdida no escuro.
Odeio ser um ser sem trajecto,
Sem rumo.
Odeio ser simplesmente , eu.
Quero ser como tu,
Forte,
Cheia,
Ser.
Ser um dia alguém.
Quero ser como tu,
Quero ser como a água,
Quero ser como o vinho ,quanto mais velho melhor.
Quero ser como era?
Quero ser perdida de novo,
Quero ser eu.

junho 21, 2004

Alma

Ando á toa,
Neste mundo sem frescura,
Sem ritmo,
Sem coração.
Tudo o que sai de mim ,vem de dentro.
Tudo o que digo ou faço é ordinário ,primitivo.
Apelo ao grande orador,
Ouve-me!
Faz algo pela minha alma.
Deixa a emoção ou o puro sentimento preencher-me,
Ajuda-me a pedir desculpas de tudo a todos,
A ultrapassar todas e mais algumas barreiras.
Porque não?
Obrigado.

Deita-te...sonha...

Deita-te,
Sonha?
Dá-me razões para viver,
Sê tu a minha razão de viver.
Podes continuar deitado,
Sonha?
Pensa no que perdes,
Pensa nas loucuras fundidas.
Deixa,
Nem tu,
Nem ninguém,
Acredita que existe.
Que ?ele? existe,
Mas eu sei,
Eu sei,
Ele existe.
Deixa-te estar,
Sonha?
Pensa em mim,
Pensa em mim,
Pensa na maneira como beijo,
Na maneira como toco,
Na maneira como faço amor,
Na maneira como grito.
E , deixa,
Deita-te preencher pelo prazer,
Pelo prazer de estares a ter sensações diferentes,
Sensações agradáveis,
Sensações únicas.
Continua na cama deitado,
Não!
Agora deita-te,
Sonha?
Pensa que estou nos teus braços,
Pensa no que faria sentada ao teu colo.
Pensa?
Continua sentado , mas,
Abre as pernas.
Sonha?
Imagina tudo e mais alguma coisa,
Imagina-me nua,
Nua á tua frente,
Nua e á espera que te mexas.
Abre as pernas?
Agora ,deita-te de novo,
Sonha?
Deixa os espíritos percorrerem o teu corpo,
Deixa-os abusarem,
Deixa-os trabalhar o teu corpo.
Deixa-te ferver,
Deixa-te levar,
Aprecia?
Agora levanta-te,
Sonha?
Lembra-te de tudo,
Toma um duche frio.
Pensa em mim banhada na tua banheira,
Pensa nos meus dedos dos pés,
Pensa na malandrice.
Sonha?
Recorda-te de tudo,
E , lembra-te de como foi bom,
De como é bom,
Às vezes termos sensações diferentes,
De sentirmos tudo,
De como a sonhar tudo pode ser sempre?
Que tudo é o sempre?
Que sempre podes sonhar,
Sonha?

Escrevo

ESCREVO PALAVRAS QUE ALGUM OUTRO SER PODE VIR A LER MAS QUE SÃO MINHAS E PARA MIM.

De onde vem a tua fome?

Odeio o silêncio!
Odeio tudo o que seja calmo!
Odeio tudo e o demais, odeio pessoas que odeiam.
Adorava poder ter orgulho em tudo, nas pessoas, nas coisas, em mim.
Adorava ser boa, poder dizer que fiz com prazer.
Adorava que tivessem orgulho em mim?
Faço tudo e o mais pelos outros, sempre na inocência, tudo, para vê-los felizes.
Faço tudo e nada recebo.
Queria ser perfeita dos pés à cabeça, que só olhassem para mim e o desdém nada dissesse.
Gostava que tudo corresse sempre bem e eu pudesse dizer que é bom.
Sinto-me fora do contexto, minimizada,
?no além?
Neste momento não sinto fome de nada.
Talvez lá eu conseguisse, um dia.
Sinto-me presa nos meus pensamentos, triste, sem advertimentos e sempre inferior.
Porque é tudo ?sempre??
Porque é tudo incontrolável?
Porque é tudo para lá da vida?
Para lá do conhecimento?
Espera!
Esperem!
Não se esqueçam de mim!
Quero ser algo, quero ser alguém!
Adorava poder responder a tudo o que está engasgado, mostrar a minha imensa loucura, a perfeita sanidade.
Sinto-me!
Atravesso e nada sinto?
Queria gritar bem alto, para que todos ouvissem,
Gritar!
Gritar!
Queria poder ser eu e ninguém estar presente, que todos os poderes mágicos me atravessassem, alguém me chamasse, queria?
Diz!
O quê?
Tudo! Tudo!
Nunca consigo esquecer nada, perdoar, ter toda a razão.
Sim!
A razão pelo qual sou tão ordinária, primitiva, tão eu!
Sem muitas das vezes o não saber.
De onde vem a tua fome?


Fala de flores?

Se me falas de flores!
Passas horas a falar de flores!
Onde estão elas?
Lembras-te dela?
Lembras-te de mim?
Mas , se quiseres voltar a falar de flores , podes?
É uma questão de horas.
E a verdade?
A verdade das flores?
Como são as cores?
Queres que seja uma princesa saída da revista!
Fala de flores?
Lembra-te da outra,
Lembra-te de mim?