Isabel Fontes

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Localização: Amadora, Sintra, Portugal

Chamo-me Isabel Fontes, sou alfacinha de gema, mas vivo na Amadora desde o ano passado. Adoro escrever, é o meu escape para tudo o que existe de mal na vida e no mundo. Tenho 29 anos, sou Assistente Financeira\Direcção. Mas a minha área são as artes(Design). A vida dá voltas e voltas e quando dei por mim não estava a tirar artes mas sim a seguir o dinheiro. Acabei por tirar um curso de Contabilidade e Fiscalidade, entre outros. Apesar de tudo, adoro o que faço e isso, é o principal.

julho 05, 2004

"POSSO DO FADO FAZER CORDEL? " - Por Malubarni

O tango se faz triste
Fado é pura melancolia
Escreveu-me outro dia Bebel
E disse que samba é alegria
Dançar um tango é um primor
O fado é dançado com vigor
misterioso e cheio de fantasia

O chamado Samba-fado
Como chamou Isabel
Não deixa ninguém de lado
Todos participam na babel
O fado tão melancólico
se mistura ao samba caótico
Surgindo algo como cordel

Cada fado um fadista
Que já foi dito profano
Pois, circulava na boémia
Mas, era um dito insano
Das modinhas brasileiras
Saíram quadras inteiras
Ficando o fado ufano

Cada samba um sambista
Que começa com remelexo
Mistura tristeza e alegria
Junto com cadência remexo
O samba-fado é danado
Dança-se todo folgado
E fica-se olhando o reflexo

Fado canta suas dores
Suas perdas e despedidas
Os amores que evaporaram
Cada fado uma partida
Novos fadistas como Mariza
Sopra fados como brisa
Deixa-o em plena subida

Até hoje não se sabe
Exatamente o fado raiz
Sabe-se começou em Lisboa
Veio junto aos estudantes e giz
Para a universidade de Coimbra
E lhe fizeram alguma sombra
Usando o fado como aprendiz


O estudo do fado revela
Que modinhas de um dia
Na boca de marinheiro
Transformou fado em magia
Quando triste ele cantava
Quando a viagem prolongava
Tinha o fado como companhia

Há discussões agora na cidade
Se tombam o fado amado
para guardado ficar na memória
para preservá-lo de ser lesado
Património da humanidade será
E qualquer outro o cantará
Sem perder a origem do fado

Havia um certo desleixo na mocidade
Que não via o fado como música jovem
Pensavam ser coisas do passado
Até lhe darem nova roupagem
E o fado levantou soberanamente
Como sempre foi triunfalmente
Até uns poucos dizerem bobagem

Em Lisboa antigamente havia
Casas de fado por todo o lado
Hoje escasseou, mas ainda há
Bom fado bom fadista ensaiado
Veio da rua para a realeza
Veio da pobreza para a nobreza
Que seja o fado sempre abençoado



**********Malubarni********

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Um texto bonito para uma pessoa muito querida...
Mais uma vez estou rendido ao cordel brasileiro!
Parabéns!
Maria Rosa Salgueiros
ralina@sapo.pt

9:07 da tarde  

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